A tarde caiu lá fora, e os últimos raios de Sol estavam iluminando o terreiro, lá dentro daquela casinha de sapé sentando a taipa do fogão, onde a lenha queimava e a chaleira avisava que o café poderia ser passado.
Aquele matuto, enrolando seu cigarro começou a contar dos causos que ele vivera até então. Coisas absurdas como Saci, Lobisomem e a cavalaria da meia noite, tudo que ele ali ia contando, ia desfazendo cada nó das suas apertadas botas, daquele extremo cansaço do dia, ia contando, seus olhos transmitiam toda a fé que um roceiro poderia ter, ele não conhecia a gramática da língua mãe e muito menos os esplendorosos cálculos algébricos, mas ele tinha a fé que nenhum outro ser humano pode ter, ele contava, seus olhos arregalados medrontos, mas também estava ali querendo que todos soubessem que ele já viu o saci vindo pela rua assoviando e quando passava em frente a igreja, ele parava, quando se distancia pouco daquele local sagrado, novamente ouvia-se o assovio arrepiador do Saci.
Isso ainda era pouco perto do que ele vivenciara, quando saia da festa da igreja a meia noite e atravessando o passeio, ouvia os cascos dos cavalos batendo ao chão de terra vermelha, terra da qual nascera, terra na qual jaz ira um dia.
Thiαgo Ψ
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