quarta-feira, setembro 07, 2011

• Aquele Gosto




- Sabe aquele beijo que faz você parar e pensar um dia inteiro...

Não era o melhor de todos, não tinha jeito, não tinha "pegada", não tinha muita coisa. Era totalmente puro, sem loucura, sem qualquer tipo de malícia, sei lá, por mais que eu goste da malícia, neste não tinha.
Tinha uma puta verdade sentimental, tinha tudo pra ser aquela bosta, mas não foi. Por mais demorado, rápido, demorado, rápido e demorado. Tinha sim a transmissão mais gostosa que um dia eu pude imaginar, tinha sim todo sentimento. Creio que fora por mera obra do filha da puta do destino, não era conhecido, não era amigo, não era porra nenhuma e de repente virou.
Mas por que caralhos tinha que ser tão difícil, às vezes lutar por algo em vão não vale a pena, ou vale!
Sei que ainda mesmo após meses, o gosto guardado daquela noite, o gosto daquilo tudo que ocasionalmente aconteceu, talvez mesmo após anos o gosto que está perpetuado em meus lábios ainda irão me fazer lembrar o quanto é bom, não foi o melhor, não foi o mais ousado, muito menos o mais quente, também não fora tão gelado como tal descrição, mas a diferença sempre é o sentimento, sem ele é só mais uma aventura, mas com ele é tudo de novo sempre. O coração ainda descompassa, a cabeça sempre vai a mil por hora, o corpo tenta esconder sempre, com desculpas e palavras vazia aquilo que a alma não tem medo de mostrar, acho patético.
A realidade do ser humano é ridícula, o sentimento então, esse eu não comento. Eu deixo que cada um descubra, o amor jamais acaba, apenas muda de intensidade, assim como o bipolar tem seus extremos, o amor poderia ter comparado a ele, ora no extremo limite irracional e ora na mais pura e existente razão prática.
Nem chocolates, nem outros focos, relações descompromissadas apenas tardam todo o furacão que existe, o vulcão que a qualquer momento entra em atividade. No mais, tudo sempre esta bem, tudo sempre esteve bem e vai continuar bem.
Marcado como fotografia, sempre estará do lado esquerdo de meu peito, mesmo que por dias eu esqueça, por anos eu lembrarei.


Thiαgo Ψ

sexta-feira, setembro 02, 2011

• Winter


Por entre ruas geladas, vaguei sem lar.
Estava ali, acolá, sentado. Estava andando ali, estático estado espiritual e centrípeto movimento corporal, é engraçado a gente às vezes esquece que o frio arde contra a pele, assim como o amor arde contra o coração.
O frio, estava ali, apenas admirando os letreiros luminosos, os faróis vertiginosos e toda aquela população que já aprontara para o recolher, estava tudo tão bem. O mundo sempre foi mundo, nunca mudou e não para de mudar, é complicado.
Estático sob o gélido vento que ali se contrariava as folhas caídas do chão, como um varrer dolorido que passa pelo coração e leva tudo. Deixa apenas o necessário, necessário para não sofrer. Sempre o frio, eu odeio o frio e odeio o coração também, maldita hora que fomos ter um e maldita hora que fomos ser sensíveis ao ar gélido. Ah sabe eu penso, não só penso, eu sei! eu sinto na verdade, a questão é que está em mim. Não está nos outros, sempre em mim.
Porém sempre após grandes noites frias, assim como após muitas tempestades, sempre vem a bonança, sempre vem o conforto. A esperança, ah essa eu dispenso! Quero bem longe de mim, agora eu quero um amor, uma nova paixão, um fogo que me aqueça nesses dias frios. Quero apenas um nada, ou um tudo. Sei lá. Eu só sei que quero, e quero pra já! detesto esperar, não suporto. Mas sempre vem, eita Sol maravilhoso esse que agora raia por entre cortinas cerradas da janela, eita céu anil abençoado que nutre grande inspiração poética. As estrelas foram embora, levando consigo o frio da noite, o Sol apareceu e com ele o calor praiano e a diversidade das flores, vieram a brotar no deserto de emoções e sem cor.

Thiαgo Ψ