De minha janela ali estava eu, apoiado sob o parapeito, apoiado sobe todo meu peso, apoiado no cansaço daquela tarde inepta.
Fumava cada cigarro por cerca de uma hora, tragava lentamente tirando o peso de meu interior através da fumaça que meus pulmões lançavam ao ar, canecas e mais canecas de café, meu hálito já pior do que qualquer fumante de longa vida, meus dedos amarelados pelo cigarro e pelo sangue que escorrera das feridas que fizestes, eu ali deitado agora, vendo o dia nascer, por que eu não tinha motivos para dormir, eu não tinha motivos para ver o Sol raiar, mas ali o Sol já estava nascendo, armado de meus óculos escuros eu não queria enxergar as cores do dia, a nublem cobria todo meu espírito, minha fumaça havia sufocado toda a esperança de tentar um dia beijar teus lábios, eu queria apenas teus cabelos por entre meus dedos dando o prazer de domínio, queria engolir a tua essência, fazer enlouquecer todo meu corpo, deixar que minha estrutura tremesse ao sentir teu desejo me invadindo , deixasse que eu lhe desse o prazer carnal, afinal do que adianta?
Eu apenas queria que você se fudesse, ou que me fudesse, por que eu estava afim, eu queria mesmo é tomar uns bons drinks, eu queria me afogar e deixar você com todo peso na consciência!
- Afinal o que você quer?
Se veste de tantos personagens, se caracteriza com tantas mascaras, foges de mim como o tímido reluta ao publico, achas ao acaso que sou apenas mais um que caiu nas garras do filho da puta do destino?
Pois eu digo, não! Eu apenas agora quero que você me deixe, quero apenas poder voar, eu sei que posso, o parapeito de minha janela é pouco perto da minha vontade imensa, ali estava eu, de pé sob o parapés que agora poderia chamar, não adianta minh’alma reluta em meio à fuligem do cigarro, em meio ao vapor de todo aquele álcool, em meio à cafeína possuída dentro de mim, apenas posso dizer adeus!
- O parapeito já não era o limite, agora vôo como um espírito desprendido de qualquer projeção material.
Thiαgo Ψ
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