Por entre ruas geladas, vaguei sem lar.
Estava ali, acolá, sentado. Estava andando ali, estático estado espiritual e centrípeto movimento corporal, é engraçado a gente às vezes esquece que o frio arde contra a pele, assim como o amor arde contra o coração.
O frio, estava ali, apenas admirando os letreiros luminosos, os faróis vertiginosos e toda aquela população que já aprontara para o recolher, estava tudo tão bem. O mundo sempre foi mundo, nunca mudou e não para de mudar, é complicado.
Estático sob o gélido vento que ali se contrariava as folhas caídas do chão, como um varrer dolorido que passa pelo coração e leva tudo. Deixa apenas o necessário, necessário para não sofrer. Sempre o frio, eu odeio o frio e odeio o coração também, maldita hora que fomos ter um e maldita hora que fomos ser sensíveis ao ar gélido. Ah sabe eu penso, não só penso, eu sei! eu sinto na verdade, a questão é que está em mim. Não está nos outros, sempre em mim.
Porém sempre após grandes noites frias, assim como após muitas tempestades, sempre vem a bonança, sempre vem o conforto. A esperança, ah essa eu dispenso! Quero bem longe de mim, agora eu quero um amor, uma nova paixão, um fogo que me aqueça nesses dias frios. Quero apenas um nada, ou um tudo. Sei lá. Eu só sei que quero, e quero pra já! detesto esperar, não suporto. Mas sempre vem, eita Sol maravilhoso esse que agora raia por entre cortinas cerradas da janela, eita céu anil abençoado que nutre grande inspiração poética. As estrelas foram embora, levando consigo o frio da noite, o Sol apareceu e com ele o calor praiano e a diversidade das flores, vieram a brotar no deserto de emoções e sem cor.
Thiαgo Ψ
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