quinta-feira, julho 21, 2011

• Batom Espalhado

- ♪ The Girls Just Want To Have Fun -


Os cabelos molhados enrolados na toalha, o corpo coberto pelo hobby. Estava ali sentada sob o sofá daquela sala imensa, esperando alguém.. alguma coisa. O celular toca e você vê aquele maravilhoso torpedo chegando, sua amiga.
Quer sair, sábado a noite, os gatos estão a solta, todos querem apenas se divertir, logo aquele roupão é arremessado sobre a cama, os cabelos soltos num movimento centrifugo. O rosto ganha a deslumbrante cor da maquiagem, os cabelos as mais belas ondas já feitas e o vestido mais brilhante de biscate que estava no guarda-roupa foi vestido. Ouvi quando o motor do carro desligou e a buzina cortou o som daquele silêncio, apenas pausado pelas coisas que caiam ao chão naquela pressa de arrumação.
O salto agulha tintilava ao bater no assoalho de taco, mas correndo mesmo assim, pela sala a mão passou ligeira pela bolsa pendurada naquela montoeira. Cheguei o mais rápido que pude ao portão, o som no carro estava alto, a música dizia algo como -As garotas só querem se divertir- não entendi muito bem, pois a voz de quem cantava estava estridente demais, porém aquela energia me contaminou, entrei no carro, minha amiga estava perfeitamente uma Deusa.
Andamos por toda a cidade, as luzes piscando, as biscates batendo seu ponto, e a gente ali, dois seres de almas perdidas, jaz indo por entre ruas e avenidas. O letreiro brilhava, senti profundamente que aquele seria o nosso lugar -The Queen-
- Veja só, até o letreiro combina com a gente! disse minha amiga, em meio ao recolocar dos sapatos vermelhos em seus pés.
Entramos, aquela energia da penumbra foi contaminando todo nosso espírito, aquilo tudo era muito bom, estar ali, ouvindo aquelas maravilhosas músicas, logo já pedi minha taça de Martíni, a noite prometia.
Beijamos, amassamos, chupamos, bebemos, tudo o que poderia imaginar foi feito ali, naquele local, na sua meia luz. De volta ao carro, aquele espírito batia fortemente contra nossa parede material, ele queria transpor, transpassar qualquer matéria, estávamos exaltadas e excitadas.
Paramos o carro em qualquer esquina, não importava mais, já que passava da hora das pessoas decentes estarem em casa descansando. Não nos importamos. Nos pegamos ali mesmo, já sem batom, deixado na boca de quase todos(as) daquela balada. Beijamos ardentemente, vi aquela que considerava minha irmã como um ser sexual totalmente cheio de energia, capaz de me dar prazer como ninguém. Acabamos por chegar na minha casa, a roupa foi ficando pelo caminho, o vestido já rasgado, a biscate estava agora nua. Sofá, cama, mesa, chuveiro,cama, mesa, chuveiro e sofá. Não era amor, era paixão, era fogo que ardia ao se ver, o toque era como o encontro explosivo de grandes forças nucleares. Estava ali agora, rodeada por roxos na boca, nunca e mão. Deitada sobre a cama, descansávamos, nunca tínhamos encarado uma a outra tão sexualmente como aquela noite. Estaria marcado tal feito.
Em nossa pele, em nossa epiderme, em nossa alma. A manhã seguiu-se serenamente, o domingo estava ensolarado, mas não podíamos desfrutar da piscina, pois as marcas da noite anterior, agora eminentes.

Thiαgo Ψ

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