domingo, agosto 08, 2010

• Mar interior


Toda vez que eu me sinto preso, que se sentia fraco, mal, sem você aqui ao meu lado, sem que seus olhos me guiando, onde você estava você quando eu gritei pelo o seu nome?
Mas quando toda a angústia me batia, quando todo o mau pensamento me possuía, lá eu ia pelo caminho da praia, pelo caminho de areia que ia me relaxando, que ia me deixando leve, todo o tempo você estava ao meu lado e quando eu via o mar lá naquela imensidão azul infinita, naquela linha do horizonte onde eu via céu e mar definidos por um pequeno e sinuoso traço, por uma linha suposta desenhada por Deus, imaginava você ao meu lado e verdadeiramente você ali se fazia presente.
Armava minha cadeira à sombra da palmeira, me despia e conforme tirava minha roupa todos os meus problemas, todas as angustias, tudo que me deixava magoado. Sentia o vento por entre o corpo, entre alma e consciência, entre corpo e espírito.
Aquele Sol a ilumina, o vento a me deixar leve, a fazer flutuar, mas quando já despido dos problemas e das reclamações cotidianas, eu me saltava sobre as ondas, o mar me abatia, o mar e eu nos tornávamos um, meus problemas eram diluídos por toda aquela imensidão, sua imagem era o que me tomava, era o que me fazia cair sobre o mar e deixar que ele levasse todas as tormentas.
Por fim, um dia percebi que ao ficar sem o mar, ao ficar sem meu companheiro que deleitava minhas horas sombrias, só o mar conseguia apagar as marcas que o tempo errou, se ao acaso um dia acertei foi puro instinto de sobrevivência, mar e eu, eu e o mar. No final ele cuidava de mim e eu cuidava do meu interior sob intermédio do mar, só o mar me fazia tocar em camadas profundas do meu ser, era o mar meu maior amigo.


"De tarde quero descansar, chegar a praia e ver ... eu deixo a onda me acertar (...)"
"Vento no Litoral" -
Renato Russo


Thiαgo Ψ




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